quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Semana 5 - Vídeo-aula 19: Violência nas escolas



A violência está muito presente em nosso dia a dia e cada vez mais  esta presente no cotidiano escolar.

A professora Lilia afirma que o debate sobre o tema é necessário e questiona como a escola lida a violência escolar.

Percebo que a escola na maioria das vezes comete grandes equívocos, achando que está discutindo a questão da violência, mas ao contrário disso acaba buscando meios de evitar os conflitos por meio de "vigias" constantes, punições e recompensas para ver um comportamento desejado, mas as consequências para isso são as PIORES! Educamos sujeitos para esperar que alguém resolva seu problema, retirando toda esperada e tão falada autonomia do aluno...
Educamos para que esperem sempre algo em troca. Se você se comportar na aula poderá ir ao passeio; Se fizer isso ganha aquilo; Vale ponto positivo...
Ensinamos que não se pode bater na escola por estão sendo filmados, mas lá fora tudo bem...

É comum ouvir queixas do tipo: "Eu não consigo dar aula por conta da bagunça. Preciso resolver conflitos a todo momento!"

E então vem a questão: QUEM precisa resolver?

A ideia de mediação é aqui reforçada no sentido de que o sujeito precisa vivenciar para poder aprender.

Outra questão importante nessa discussão é que é preciso entender os CONFLITOS fazem parte de todas as relações interpessoais e o professor pode (e na minha opinião DEVE) ensinar melhores estratégias de resolução.

Entendendo essas duas questões e usando algumas técnicas de resolução de conflitos propostas pela teoria construtivista poderíamos evitar a violência que presenciamos atualmente. Atenção!!! Eu menciono violência e não os conflitos, pois como já mencionando os conflitos fazem parte da vida e devem ser vivenciados.

Trago alguns vídeos que contribuem muito para a reflexão sobre o problema.

Violência na Escola


Mário Sérgio Cortella tem uma fala muito legal sobre violência nas escolas, em uma reportagem do Jornal Hoje, (re)afirmando a  importância de discussão do tema e que medidas como a expulsão de um aluno busca esconder o problema, mas debatê-lo é dar chance de refletir juntos sobre o problema!

Telma Vinha, pesquisadora do GEPEM da UNICAMP traz importantes reflexões sobre a questão da formação de valores, bem como a resolução de conflitos, apontando quais seriam as orientações corretas a fazer, em busca da formação de um sujeito autônomo em todos os sentidos, principalmente moralmente.

Formação de Valores - Telma Vinha


Educação Continuada - Conflitos na escola




Continuação do vídeo: Educação continuada - Conflitos e Educação para a paz




Vale a pena ouvir a própria pesquisadora nos vídeos, mas aponto alguns conceitos que a autora traz que são muito importantes para a discussão sobre violência.

A violência não aparece de um hora para outra. Ela vai se constituindo na medida que os conflitos acontecem e os sujeitos vão internalizando suas formas de resolução.

A formação de valores vai se constituindo na medida em que me afeto com algo. É algo muito complexo e que não pode ser ensinado. 

Sabemos que a aprendizagem se dá principalmente por meio da vivência por isso é tão importante vivenciar os conflitos!

Quando o professor toma decisões pelos alunos, negam o direito de pensar, se responsabilizar e entender os sentimentos envolvidos no problema.

Geralmente ao se deparar com um conflito o professor, com as melhores intenções, tenta evitar que algo pior aconteça, impedindo junto com o problema muitas aprendizagens!

Segundo Yves de La Taille 
"A pessoa é moralmente autonoma se, apesar das mudanças de contexto e da presença de pressões sociais, ela permanece, na prática, fiel aos seus valores e a seus princípios de ação. Assim uma pessoa heterônoma será aquela que muda de comportamento moral em diferentes contextos". (Autonomia e identidade - Revista Criança, Brasília DF, 2001, p.16)


Aprender se responsabilizar e resolver os conflitos desde a Educação Infantil, dá ferramentas aos jovens para que na adolescência, que é uma fase difícil composta por diversas mudanças como já visto em outras aulas, para outras possibilidades de resolução que não a violência.

"[...] a convivência entre os seres humanos está cheia de conflitos de todo tipo [...] o objetivo de uma educação para paz seria a generalização de um tratamento desses conflitos baseado no diálogo, na cooperação e no respeito mútuo entre os principais autores envolvidos no problema. Mais do que educar para a paz, é preciso educar educar para o conflito" (SAÉZ, 2003)

Trecho do texto: Dez propostas para uma educação para a paz. Disponível  aqui.


A primeira tarefa da escola é entender que as interações em desequilíbrios são necessárias, sendo oportunidade de aprendizagens futuras, com objetivo de evitar a violência.


Dicas para RESOLUÇÃO DE CONFLITOS:
Uso da Linguagem Descritiva: Em que se descreve a situação e não faz um juízo da pessoa;
- Todos os sentimentos são aceitos, mas as ações não! (Posso sentir ódio de uma pessoa, mas não posso matá-la!)
- As pessoas envolvidas que devem pensar em estratégias de resolução. O mediador pode discuti-las apontando possíveis equívocos sobre a decisão a ser tomada.

Benefícios da resolução de conflitos:


- Fortalecer a relação - Aumento de confiança
- Aprender que toda ação tem uma consequência
- Evita mal-entendidos e ressentimentos.
- Busca de solução para o problema.
- Entender os seus sentimentos e o do outro - As pessoas pensam/gostam de coisas  diferentes uma das outras e isso deve ser respeitado. Ex: Homofobia, posso não querer me relacionar sexualmente  com pessoas do mesmo sexo, mas isso não me dá o direito de julgar, bater etc quem gosta.

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